Quando o diretor Karim Aïnouz descobriu o livro A Vida Invisível de Eurídice Gusmão da jovem escritora pernambucana Martha Batalha, soube imediatamente que o transformaria num filme. O livro o fez lembrar de sua infância e da realidade brasileira de 1950. Imaginou um filme cheio de sensualidade, música, momentos dramáticos, lágrimas, suor e rímel, mas também carregado de crueldade, violência e sexo. Um filme que não tem medo de ser sentimental e bate no ritmo dos corações das duas personagens principais, ligadas por uma forte irmandade. Ambas as irmãs têm um grande sonho - Guida procura o amor verdadeiro e Eurídice quer tornar-se uma pianista famosa. Um cuidadoso estudo histórico nos leva ao Rio de Janeiro da época, reconstruído à perfeição nos mínimos detalhes. A câmera pulsa com o destino das irmãs após sua separação forçada. A descrição das experiências de duas mulheres em uma sociedade abertamente patriarcal e machista é dolorosamente intensa. A história cativante com uma boa música e atuações extraordinárias também impressionou o júri no Festival de Cannes, onde o filme ganhou o prêmio Un Certain Regard em 2019.